terça-feira, 13 de outubro de 2009

Julgamento

Li algures uma vez, uma pequena historia.

Um cortesão foi perante o Rei Luis XIII de França. Relatou-lhe uma história e clamou por justiça. O rei disse então: “Ouvi-vos com o ouvido direito e vou agora ouvir a outra com o esquerdo.

Teremos de convir que foi uma sensata decisão. Que nem a justiça nem o julgamento são herméticos.

Teremos de convir, que muitas vezes não nos reservamos a este dever, ou a este direito… Talvez impressionados pela iconografia da justiça, julgamos sem ver, muitas vezes sem ouvir nem sentir.

Julgamos pelo prazer de nos sentirmos superiores, quase que divinos.

Julgamos pelo necessidade de nos sentirmos humanos e pelo menos de nos sentirmos inferiores.

Julgamos o frívolo, o trivial, o supérfluo.

Julgamos a exteriorização.

Esquecemo-nos porém que também somos julgados. Mas quando se passa de juiz a réu os sentimentos mudam e julgamento já não nos faz sentido sem nos verem o brilho dos olhos ou ouvirem o som da nossa voz. Somos iconoclastas da senhora vendada e armada.

O vox pop diz que não se julga para não se ser julgado.

Mas se julgarmos, reunamos os elementos necessários e ponderemos as variáveis.

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