quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Se Rubens pintasse a Twiggy

Já vão distantes os tempos em que Rubens pintou as suas rubicundas ninfas, os roliços deuses, as rechonchudas mulheres e anafados homens…

Voluptuosos e grandes seios brotavam dos apertados corpetes, carnes generosas pulavam sobre as togas e redondas formas desenhavam os corpos na altura perfeitos e belos…

Penso que aquela gente deveria ser feliz… Não contavam calorias, não tomavam milhentos medicamentos para emagrecer e não tinham de se convencer que gostam de estar metidos num barracão a transpirar em comunidade com desconhecidos…

Porque é que deixamos chegar a este ponto… A este conceito esquálido e informe de corpos esqueléticos…

Ah, esquecia-me, nunca ninguém gosta… gostam sempre de tudo com mais carnes… Mas o ícones de beleza não têm carnes… nem gorduras, nem forma arredondadas… aliás, são tão magros e secos, que eu chego a duvidar que eles tenham alguma coisa, liquida ou sólida, na boca desde os 13 anos, e que tinham qualquer tipo de actividade que não seja irem ao ginásio… Profissão, ir ao ginásio…

Nunca ninguém gostas, mas passamos o dia em dietas, a ter atenção ao que comemos, a não comer, a transpirar, a tomar medicamentos, drenantes e coisas várias para estarmos magros…

Aos corpos que vislumbramos perfeitos… nunca o são…

Bom, vamos a mais privações. Havemos de ser belos e magros.

Ser magro, essa almejada realidade que todos buscam, mas ninguém assume querer.

O que diria Rubens se tivesse como modelo a Twiggy? Porque é que não a trouxeram para Portugal e a encheram com um pasteis de bacalhau, umas pataniscas, feijoadas, ovos moles e demais iguarias. Hoje seriam todos um pouco mais felizes...

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