quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A assistir

É com expectativa que vou até à Gulbenkian ouvir La Zaira, do emblemático e olvidado compositor português, Marcos Portugal.

Marcos Portugal , nasceu em Lisboa no ano de 1762 e vem a falecer no Rio de Janeiro, a 17 de fevereiro de 1830). É um dos mais prolíficos compositores portugueses de todos os tempos, muito conhecido e conceituado no seu tempo, viu as suas obras serem aclamadas um pouco por toda a Europa, sobretudo na Europa de gosto “italianizado”. Compôs durante a sua carreira mais de 40 óperas (Frasas, drammas e tragedias per musica, drammas giocosos e serios) música sacra: missas, motetes, hinos, vésperas, matinas, algumas das suas peças para o imponente conjunto de seis órgãos da Basílica de Mafra e ainda modinhas e músicas patrióticas (quer Hinos quer música para as cerimonias reais).

A sua extensa obra encontra-se distribuída por vários arquivos e bibliotecas em Portugal, Brasil, Itália, França, Inglaterra, Espanha, Bélgica e Estados Unidos da América. Não querendo avaliar o nem o estado nem os apoios às artes, não posso deixar de referir que este é um compositor pouco estudado e interpretado. E cuja vasta obra é alvo de pouquíssima gravações, existindo apenas no circuito comercial as óperas: Le Donne Cambiate e Lo Spazzacamino e mais umas coisas salpicadas.

Por inúmeras razões este compositor para mim é emblemático e felizmente já tive a oportunidade de assistir à interpretação de algumas peças suas, inclusivamente uma das árias do soprano de La Zaira, e, modestamente, considero essa peça belíssima.

La Zaira estreou em Lisboa em 1802 com libreto de Mattia Botturini sobre paradigmático texto de Voltaire. As dicotomias do amor e da religião atormentam a escrava cristã Zaira e o sultão muçulmano Orosmane.

Estou curioso…

2 comentários:

  1. Parabéns pelo blog. E também por relembrar Marcos Portugal. Espero que outros compositores portugueses estejam na calha para serem lembrados! :)

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  2. Obrigado, caro Pedro. Pode ser uma ideia, de escrever umas coisas e de ir lembrando, relembrado o que, musicalmente, por cá e de cá de faz.

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