sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A assistir II

Já que hoje também não posso assistir ao "mítico" Otelo musicado pelo “imenso” Verdi e que soará em Portimão sob a batuta de Ferreira Lobo , e como nem sempre a minha memória está em bom estado.

Aponto aqui duas manifestações culturais que me suscitam o interesse.Os compositores portugueses perseguem-me… e ainda bem pois ajudam-me a relembrar bons momentos, momentos que guardo com saudade e me fazem sorrir.

O Coro de Câmara de Lisboa e a sua maestrina e fundadora Teresita Guiterrez, irão até à Igreja da Misericórdia de Torres Vedras Para um concerto de música sacra e de entrada livre. O reportório? Maioritariamente português do e XVIII – Scarlatti, Carlos Seixas, José Joaquim dos Santos e Marcos Portugal.E por ser no Oeste destaca-se o José Joaquim dos Santos, também ele um homem do oeste, nascido em Óbidos, mais propriamente no senhor da Pedra, no ano de 1747. Seguiu o caminho dos agraciados com o talento musical do seu tempo e passa por Itália onde estuda e trabalho. Vem a falecer em Lisboa, estimando-se que, no anos de 1801.

Chegaram até aos dias hoje, apenas duas pelas profanas (uma Écloga e uma Cantata Pastoril) sendo o grossa da sua produção dedicada à música sacra (Antífonas, Missas, Motetes, Ofícios, Salmos, Responsórios, Septenários e uma oratória). De alguma forma é um compositor que colide com o gosto essencialmente operático de D. José e de D, Mariana Vitoria mas une-se em perfeição com a religiosa e “Muy pia” senhora, D. Maria I.

Pessoalmente só conheço o “Septenário de Nossa Senhora das Dores”, que ouvi na Igreja de Santos-o-Velho, extremamente, e surpreendentemente, pelo coro do do Teatro Nacional de São Carlos. A composição respeita o estilo da época em voga em Portugal e em Itália, apresentando-se profundo e dramático.

A cidade de Óbidos, enquanto cluster cultural que se assume, e terra mãe deste compositor, tem sido lugar de estudo e de representação ou expressão deste compositor. De louvar.

De louvar também o percurso destas, e de outra instituições, que descentralizam as actividades culturais, lutando contra o preconceito e criando, e educando, públicos.

Já hoje, amanhã e Domingo, o Teatro Camões recebe 3 peças e 3 coreógrafos: “Seranade” de George Balanchine, “À Flor da Pele” de Rui Lopes Graça e “Four Reasons” de Edward Clug.Se não for para Salamanca, vou lá meter o nariz

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